quinta-feira, 29 de julho de 2010

Sinto-me terrivelmente vazio. Há pouco estive chorando,
sem saber exatamente por quê. À vezes odeio esta vida,
estas paredes,(...) esses diálogos vazios,(...)
O que eu queria mesmo era um ombro amigo
onde pudesse encostar a cabeça,
uma mão passando na minha testa,
uma outra mão perdida dentro da minha.
O que eu queria era alguém que me recolhesse
como um menino desorientado numa noite de tempestade,
me colocasse numa cama quente e fofa,
me desse um chá de laranjeira
e me contasse uma história.
Uma história longa sobre um menino só e triste que achou,
uma vez, durante uma noite de tempestade,
alguém que cuidasse dele.

(Caio F. Abreu - Limite branco)

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